Comecei a viajar apenas agora (ontem), pouco mais de quarenta dias depois de chegar. A escolha foi Belfast, que fica na Irlanda do Norte. Para quem não sabe, existem duas irlandas: a do norte com maioria protestante (ainda ligada à Inglaterra) e a do sul com maioria católica e que detesta os ingleses...rs.
Me preparei reassistindo
Em Nome do Pai e vendo pela primeira vez
Bloody Sunday. Engraçado que, com a proximidade do povo daqui, você consegue entender e se envolver melhor com a história deles. Queria ir para Belfast para justamente verificar o quanto tudo isso influencia a vida das pessoas lá.
A minha questão foi respondida logo que chegamos e nos deparamos com o centro da cidade todo cercado. Policiais para todos os lados e carros de polícia piores do que o caveirão do Rio de Janeiro. Assusta um pouco tudo isso, sim! Quando chegamos so City Hall, pudemos acompanhar de perto o protesto mais silencioso que vi na vida: dezenas de pessoas enroladas na bandeira do Reino Unido, em completo silencio, paradas em frente à belíssima construção.
Pai, essa foto é original do protesto. Sua filha que tirou.
Como boa curiosa que sou, fui perguntar para dois irlandeses que lá estavam sobre o que acontecia. Chamei as duas brasileiras que estavam comigo para me ajudarem a entendê-los. A revolta dessa parte da população era não terem sido consultatos sobre a retirada da bandeira do mastro. Eles acreditam que deveriam ter questionado o povo sobre isso.
Então, todos os sábados, as pessoas se juntam e saem em protesto do City Hall pelas ruas: TODOS OS SÁBADOS, desde que retiraram a bandeira. Ficamos impressionadas! No Brasil, a gente nem sabe se é erguida alguma bandeira na prefeitura ou não. Se deixarem de erguer, ninguém vai se dar conta disso ou, se notarem, ninguém fará nada a respeito. Quanto mais perder horas do seu fim de semana protestando.
Os mesmos homens falaram que não precisaríamos nos preocupar porque era uma manifestação pacífica. No entanto, não conseguia deixar de pensar que o
Domingo Sangrento também deveria ter sido pacífico.
Esse carro possue uma câmera giratória na parte de cima e um microfone: como o carro da google.
Intimidador, não?
A cidade é pequena e não tem muitas atrações. Na questão turística, tudo lá gira em torno do Titanic. Para quem não sabe, ele zarpou de Belfast para o iceberg e para a História. Dentro do Jardim Botânico, existe um museu em homenagem ao mais famoso navio do mundo. Pela baguatela de dezesseis libras. Sim, libras. Lembra que disse que eles ainda viviam sob o domínio britânico? Achamos um absurdo e não fomos nesta parte. No entanto, resolvemos conhecer o Jardim Botânico e o resto do museu.
A nossa dificuldade foi conseguir passar pelo protesto porque a polícia fechou algumas ruas e a "tropa-de-choque" deles estava a postos. Depois da confusão e do tiroteio que teve em uma dessas marchas, no fim do ano passado, não posso culpá-los por se prepararem para o pior. Que, graças a Deus, não aconteceu!
Nesta, os policiais fecharam a rua lá na frente, para que o protesto não entrasse aqui.
No museu, vimos ossadas de alguns dinossauros (que minhas amigas me garantiram ser de mentira porque estava conservado até demais e elas viram uns de verdade na Inglaterra), alguns objetos aleatórios e que não conseguimos entender muito bem o sentido deles e o tal do Jardim Botânico. Este último, era formado por um gramado e duas estufas que estavam fechadas.
E aí, vocês acham que é de verdade ou apenas réplica?
A foto desse bicho estranho aqui é para o meu irmão ver.
Esse cachorro gigante era muito famoso por aqui. Vou pesquisar sobre o assunto e depois escrevo.
Fomos só nós ou vocês também acham que parece Curitiba?
A única coisa interessante do museu foi conseguir ver fotos e ler sobre toda a questão política envolvida na Irlanda do Norte. Detalhe que passamos em frente e registramos o hotel mais bombardeado do mundo.
Olhando a fachada nem parece que ele sofreu tanto, né?
PS: Postei várias fotos no facebook e algumas outras aqui. Acho que montarei um fotoblog para postar tudo lá e não encher aqui de imagens.